Guilherme
Secchin (1959 – 2016), artista plástico, nascido em Cachoeiro de Itapemirim,
ES, começou a pintar e desenhar na infância. Na adolescência, durante um
período de intercâmbio, estuda aquarela na Butler County Community College
(Pensilvânia, EUA). Nos anos 1980, frequenta e faz cursos no Parque Lage.
Radicado
no Rio de Janeiro, sua primeira exposição na cidade foi em 1982. Desde então,
passa a viver da própria arte. Fica conhecido em meados dos anos 1980 quando
suas telas estão repletas de cenas noturnas e bares. Também pinta a cidade, a
Lagoa e o Jardim Botânico, bairro onde mora e mantém seu ateliê.
Ao
longo de sua carreira, após muitas exposições individuais e coletivas em
Brasil, França, Inglaterra, EUA, Moçambique, Itália, Alemanha e Equador, Guilherme
declara: "Sou um artista em constante transformação. As fases passam e eu
acredito haver perigo quando um artista tende a se cristalizar em uma
determinada fase".
Em
exposição no Museu Nacional de Belas-Artes (1996), ele apresenta a série
"Suíte brasiliana". Nesse período, tons em sépia e dourado surgem em
suas obras. Como um inventário afetivo de um tempo, de um Brasil paradisíaco,
em explícita releitura dos pintores viajantes do século XVII.
Em
2005, inaugura uma grande individual no Espaço Cultural Correios, intitulada
"Terra". Continua em sua arqueologia da memória, mostrando pinturas e
desenhos numa “dimensão identitária” do chão com mapas e florestas.
Já
em "De perto, de longe" (2010), o pintor radicaliza nas cores e nos
signos como se rasgasse as paisagens e nos mostra uma visão interna com
corações, ossos e inúmeros signos.
Singular
e plural, acreditava no apuro da técnica, mas também na beleza, exaltava a
liberdade e o próprio fazer artístico. Em sua última individual “Paisagem
Concreta”(2014), os trabalhos são predominantemente preto, branco, cinza,
retomando um tema recorrente em sua obra: a cidade.
A
partir de 2003, Guilherme mantém um segundo ateliê, na serra, em Itaipava (RJ).
Nesse sítio, gostava de pintar a Mata Atlântica, produzir seus “mundos
(pequenos mundos em madeira e lata recicladas e personagens miniaturas,
expostos em "La Belle Hortense", 2013), lustres (em arame e cobre) e
vassouras ( desenvolveu a série loucas varridas, pintava vassouras usadas).
Além de exercer sua paixão pela música e pela culinária.
Guilherme morreu de enfarto, durante tratamento de câncer. Era casado com a poeta Solange Casotti, com quem teve dois filhos.