Buril


Marcus Lontra, Curador de Arte olhando e sorrindo para a foto
"Adão e Eva", gravura a buril. Gustave Staal, 1870.

Normalmente cortada em chapa de cobre. Os traços são abertos diretamente pelo buril, instrumento de aço com uma ponta cortante, em forma de V. Na outra extremidade um cabo de madeira, em forma de meia maçaneta, para ser adaptada à palma da mão. Para fazer o corte a mão não tem movimento para a frente. A chapa é que andar ao encontro do buril. Podem ser feitos traços de diversas grossuras, que são controladas pela inclinação dada ao buril.

Impressão: como toda a gravura em côncavo, a tinta é depositada por boneca de couro, com uma certa pressão circular, em toda a superfície da chapa ligeiramente aquecida. Esta tinta é retirada das superfícies altas por pano de trama larga (tarlatana) que em movimentos circulares, e não atingindo as partes baixas, deixa intacta a tinta dentro dos traços cortados pelo buril. Esta tinta deverá ser transferida ao papel pela prensa calcográfica. Dois cilindros, um sobre o outro, pressionados um contra o outro com força extremamente elevada. Um dos cilindros imprime movimento à chapa plana, que se locomove entre os dois, para um lado e para o outro. Sobre esta chapa (cama ou berço) deposita-se a matriz entintada e em cima dela o papel úmido. Cobrindo tudo, um pano de feltro. Quando a chapa gravada passa entre os dois rolos, a alta pressão obriga o papel úmido a retirar a tinta que se aloja dentro dos traços.

Caracterísitcas: tendo o traço cavado a forma de V, a abertura mais larga do que o fundo, não há impedimento da transferência da tinta para o papel. Resulta um traço de aparência fria, uniforme, de margens regulares, com quantidade de tinta idêntica, em toda a extensão, dos traços da mesma espessura.

Fonte:

DASILVA, Orlando. A Arte maior da Gravura: participação gráfica de Marcello Grassmann. São Paulo, ESPADE, 1976.