Maneira Negra


Marcus Lontra, Curador de Arte olhando e sorrindo para a foto
"Pulso", gravura em metal à maneira negra, 1995. Luciana Costa.

“Este processo foi descoberto por Luigi Siegen, em 1642. Foi muito usado pelos ingleses. O método consiste em tornar áspera a superfície da chapa, de forma que esta seja capas de reter a tinta de impressão e dar uma cópia perfeitamente negra. O utensílio usado para se fazer este granitado sobre a superfície da chapa, é o “berceau”. Trata-se de um ferro cuja lâmina, ligeiramente curva, é dotada de uma série de pontas afiadas. O gravador faz passear este ferro sobre a chapa, imprimindo-se um movimento de balanço, ao mesmo tempo em que o impulsiona para a frente, de forma que ele se desloque na direção desejada. Deve-se fazer com que as linhas fiquem o mais próximo possível umas das outras. Repete-se este movimento ao longo da chapa no sentido do comprimento, depois da largura e das diagonais, tantas vezes que sejam necessárias para se obter uma superfície suficientemente áspera. Deve-se também procurar que as linhas perpendiculares se cruzem em ângulo reto. Também pode-se conseguir este granulado com a ponta seca ou com a água tinta, a qual, aliás, não dá o caráter aveludado, próprio da ponta seca. Assim como a ponta seca, a maneira negra gasta-se rapidamente pela pressão da prensa, o que não permite tirar Estados durante o trabalho. Sobre a superfície preparada pelo “berceau”, desenha-se com sanguina ou com giz e, em seguida, vai-se gradativamente, tirando os claros e as meias tintas, usando-se os claros que não serão ainda mais limpos, se se passar depois o brunidor. Com o brunidor, obtêm-se as meias tintas. Para uma longa tiragem de uma chapa de maneira negra, convém cromar a chapa.”

Fontes:

CAMARGO, Iberê. A Gravura. Topal, São Paulo, 1975.
CAMARGO, Iberê. A Gravura. Porto Alegre, Sagra: DC Luzzatto, 1992.