Ponta Seca


Marcus Lontra, Curador de Arte olhando e sorrindo para a foto
"Cidade fantástica" gravura à ponta-seca, 1961. Darel Valença.

“Trata-se de um método aparentemente fácil. Basta atacar diretamente o metal com uma ponta de aço. A profundidade do traço depende da pressão que se faz com a mão. O Gravador deve segurar o buril o mais perpendicularmente possível em relação à superfície da chapa para obter duas rebarbas fortes nas bordas do traço. Gravando com a ponta inclinada, resulta um traço menos profundo e, por conseguinte, obtem-se uma rebarba mais fraca, menor do lado da mão. As rebarbas, características deste método direto, não devem ser cortadas. São nelas que a tinta de impressão se agarra e delas depende a força da linha gravada. Pode-se naturalmente cortar uma parte da rebarba, quando esta operação corresponde às necessidades do nosso trabalho. E, neste caso, usa-se o raspador no sentido do comprimento da linha. É melhor fazer esta correção com a chapa atintada, o que permite sejam vistos os valores que devem ser suprimidos. Pode-se marcar o desenho, usando-se nanquim, lápis de cera, creion litográfico ou lápis simplesmente. A ponta seca gasta-se facilmente, motivo pelo qual não se deve tirar repetidas cópias antes de terminado o trabalho. É o processo que mais sofre a pressão da prensa. Convém cromar a chapa si se deseja aumentar as possibilidades da tiragem.”

Fontes:

CAMARGO, Iberê. A Gravura. Topal, São Paulo, 1975.
CAMARGO, Iberê. A Gravura. Porto Alegre, Sagra: DC Luzzatto, 1992.